domingo, 29 de abril de 2018

Madame Bovary: "o" livro!

Olá pessoal!
Desculpem o atraso nas novas publicações, mas não tem sido fácil lidar com uma rotina de estudos e trabalho intensa.
Hoje resolvi parar alguns minutos e pensar em algum livro que pudesse fazer a diferença na vida das pessoas, assim como fez na minha.

Foi uma leitura realizada ainda prematuramente, admito, mas fui habituada a ler livros "de peso", por opção minha mesmo! Lembro-me bem de quando um dia cheguei em casa e, aborrecida por já ter lido os livros da razoável estante da minha casa, comentei com minha mãe sobre minha vontade de ler algum livro diferente. Eu lia muito durante a infância e a adolescência. Lia mesmo. Gostava. Foi, então, que ela foi até a razoável estante, deu uma passadela de olhos sobre a tal razoável e retirou um livro capa dura na cor vermelha (daquelas coleções antigas dos clássicos - meu pai que comprara!) com o título "Madame Bovary". 

Ela pensou, provavelmente: "Ela é menina, logo gosta de livros com nomes femininos!". Eu, sinceramente, achei um título sem graça. E assim: essa história de ser menina e ter de gostar de livros que devessem em tese ser de meninas me entediava. Mas tudo bem. 
Comecei, então, a leitura. Logo de começo um tal de Carlos, garoto pobre na escola. Que chatice! Mas continuei (além de tudo sempre fui teimosa). Do Carlos, garoto pobre que virou médico, passei a me encantar por todo o enrede de uma dama que era pura casca. Aquele livro foi sensacional. Li e reli diversas vezes. E a cena do Carlos, garoto pobre na escola me marcou profundamente. Até hoje é a primeira cena que me vem em mente (tento imaginá-lo nas meias e sapatos descritos tão bem por Flaubert).
E o varal da Bovary também! Me marcou. A cena d'ela se consumindo em tristeza no varal de sua casa...nossa! Me causou arrepios à época...
Foi demais. Aquele livro da razoável estante simplesmente me lembra um bom período de minha vida, uma fase entre estar criança e adolescente ao mesmo tempo, não sei...
E minha mãe, que estudara até então até a quarta série primária e que certamente pensara em me dar um livro "de menina" mal sabia que me passava um baita clássico da literatura universal, um dos livros mais lidos, marco do Realismo literário, uma inovação literária para a época em que fora escrito.
E eu até hoje me deleito cada vez que encontro uma capa diferente da Madame Bovary. Li traduções de Flaubert para o português do Brasil. Agora, já adulta e conhecedora (tenho muito o que evoluir, bem sei!) da língua francesa, deleitar-me-ei nas sutilezas da langue française de Flaubert.
Perdoem-me os assaz contemporâneos da linguagem, mas minha influência literária é permeada de vocabulário um tanto quanto arcaicos (para muitos). Mas me habituei a isso, gosto desse tipo de escrita. Mas acompanho o moderno, o novo, mas não esqueço o passado, a base do que lemos e temos para hoje.
Até a próxima publicação. Espero que em breve. 
Vou agora lá pegar meu Madame Bovary, versão francesa e conferir se realmente a Madame e o Carlos, garoto pobre na escola, são os mesmos que li aos 11 anos em português...


Livro sobre imigração italiana é lançado em Urussanga

"Origini: recortes da imigração italiana no Sul Catarinense", livro organizado pela pesquisadora Karla Ribeiro, traz a história ...