quinta-feira, 14 de setembro de 2017

A cada 14 dias morre um idioma

A cada 14 dias morre um idioma

Nos últimos 10 anos mais de 100 línguas desapareceram

Reportagem publicada no El País




Tommy George, que morreu em julho, era o último falante de awu laya, uma língua aborígene da Austrália.  Getty Images
No mês passado, foi assassinada na floresta do norte do Peru Rosa Andrade, de 67 anos, a última mulher falante de resígaro, uma das 43 línguas indígenas da Amazônia..



Rosa Andrade, a última mulher que falava resígaro, foi assassinada em novembro, na Amazônia peruana. EL PAÍS
 
Tommy George, o último dos kuku-thaypan de Cape York (Austrália), morreu no dia 29 de julho, com 88 anos. Tommy George era o último falante de awu laya, uma língua aborígene da Austrália. Com ele morreram 42.000 anos de história e conhecimentos transmitidos de forma oral.
Cristina Calderón (nascida em 24 de maio de 1928) é a última falante nativa da língua yagán, da Terra do Fogo. Hoje ela vive em Puerto Williams, um assentamento militar chileno na ilha Navarino.
Cristina Calderón (nascida em 24 de maio de 1928) é a última falante nativa da língua yagán, da Terra do Fogo.  EL PAÍS
Nos últimos 10 anos, desapareceram mais de 100 línguas; outras 400 estão em situação crítica e 51 são faladas por uma única pessoa. A cada 14 dias morre uma língua, de acordo com a Unesco. Se continuar assim, metade das 7.000 línguas e dialetos falados hoje no mundo se extinguirão ao longo deste século. Quando uma língua morre não se perdem apenas as palavras, mas todo o universo cultural ao qual davam forma: séculos de histórias, lendas, ideias, canções transmitidas de geração em geração que desaparecem “como lágrimas na chuva”, junto com valiosos conhecimentos práticos sobre plantas, animais, ecossistemas, o firmamento. Um dano comparável à extinção de uma espécie.
Fanny Cochrane gravando canções aborígenes da Tasmânia para a Royal Society de Hobart. Wikimedia
Tom Fanny Cochrane, que morreu em 1905, se foi a última língua nativa da Tasmânia. Entre 1899 e 1903, ela gravou num dos primeiros fonógrafos as canções aborígenes que conhecia para a Royal Society of Hobart, a capital da ilha australiana. O cantor folk Bruce Watson conta a história dela em The Man and the Woman and the Edison Phonograph (O Homem e a Mulher e o Fonógrafo Edison). 
A continuação da reportagem você pode acessar no link: <http://brasil.elpais.com/brasil/2016/12/26/cultura/1482746256_157587.html>
Boa leitura! E não podemos deixar mais línguas morrerem sem a devida atenção...
 

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